há um silencio,
velado,
há um poema,
castrado,
que inflama,
a minha voz,
há uma dor,
por todos nós,
que não me sai
da garganta...
embaça,
embaraça,
amordaça,
o fado que,
a voz não,
canta...
engulo,
um cravo,
encarnado,
mastigo,
por todo o lado,
tentado manter,
a esperança,
tentando mantê-lo,
acordado,
mas o silêncio,
abafado,
mutila,
a força do sonho,
que tenho desde,
criança...
ver meu País,
tão amado,
respirar flores,
de mudança..
trago um cravo encarnado,
entalado na garganta,
há um poema castrado,
que a minha voz não canta,
está mais um Abril passado,
e a dor que sinto, é tanta...
rosamar
